MATERIA MEDICA – keynotes
LATHYRUS SATIVUS (lath.)
REINO – MINERAL – MIASMA – LUETISTO/SIFILINISMO
* Doenças neurológicas.
MENTE:
– Pessoa emotiva com perda de força interior
– Transtornos por conflitos não resolvidos. O paciente sente-se em uma
armadilha,incapaz de de escapar.
GENERALIDADES:
– < Frio, tempo úmido.
– Remédio primariamente neurológico.
– Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica.
– REFLEXOS AUMENTADOS.
– Perda recorrente de força de nervos após influenza, doenças exaustivas.
– Entorpecimento, torpor.
VERTIGEM:
– Em pé, com os olhos fechados.
TORAX:
– Tórax projetado para diante ao caminhar
– Sensação de roupa molhada, fria em volta da cintura.
EXTREMIDADES:
– FRAQUEZA DE MEMBROS INFERIORES ANTECEDENDO A PARALISIA com emaciação
dos músculos (Plb).
– Marcha trêmula, cambaleante, espástica. Parece cair de um pé para o
outro. JOELHOS SE BATEM ENQUANTO CAMINHA.
CALCANHARES NÃO TOCAM O CHÃO.
– Não pode extender ou cruzar as pernas enquanto sentado.
Pode mover as pernas de um lado a outro enquanto deitado, mas não pode
elevá-las.
– Rigidez e fraqueza de ancas e joelhos.
– Pernas frias durante o dia, quente e queimante à noite, descobre-as.
– Cãibras nas pernas, < frio
– Pernas azuladas e inchadas quando abaixadas (Vip).
– Tremor de membros superiores ao suspender ou abaixar algo (Merc, Plb,
Gels)SONO:
– SONOLENCIA E BOCEJAR CONSTANTE.
DD: Alum, Caust, Cocc, Con, Cur, Plb, Staph, Thal.
MATERIA MEDICA – Clarke (português)
LATHYRUS SATIVUS [LATHYRUS]
Lathyrus sativus, Chick-pea, “Jesse,” “Jarosse,” e Lathyrus cicera, Lesser Chick-pea. “Jarosse pois-cassés.” Lathyrus sativus. O. N. Leguminosae. Trituração das sementes. Tintura da flor. Tintura das vagens verdes.
Clínica – Atetose. Beribéri. Impotência. Ataxia locomotora. Paralisia com dor lombar, espinhal (esclerose espinhal); reumática. Parkinsionismo. Paraplegia. Reumatismo. Paralisia reumática. Ronqueira (em cavalos). Incontinência urinária.
Características – Uma afecção paralítica denominada latirismo, conhecida desde tempos antigos, foi geralmente atribuída, como seu indica nome, ao envenenamento com Lathyrus, uma espécie de ervilha. Nossa própria ervilha-de-cheiro é Lathyrus odoratus. As duas variedades de Lathyrus que ocasionaram a intoxicação são Lathyrus sativus e Lathyrus cicera. As ervilhas são muito semelhantes na aparência. A de Lathyrus cicera é menor que a outra, mais quadrada e marrom mais claro. Exceto por sua cor acastanhada, elas podem ser facilmente confundidas com ervilhas comuns. Lathyrus cicera tem flores vermelhas, Lathyrus sativus, azuladas. Ambas são cultivadas para alimento e são algumas vezes cortadas verdes para uso como forragem. É comum acidentes aconteceram em épocas de escassez e o melhor relato de tais intoxicações foi publicado por C. Bojanus para o J. of B. H. S., julho de 1897. Mas não foi apenas em tais casos que ocorreram envenenamentos. Dois casos são relatados (H. W., xix. 319) como tendo sido assistidos na clínica da Universidade de Parma. Os pacientes eram dois irmãos, de 17 e 12 anos de idade, de história pessoal e familiar excelente e em boa saúde física. Eles foram admitidos na clínica como acometidos por ataxia locomotora e mielite crônica. Durante um ano eles haviam comido pão feito com farinha de Lathyrus sativus e Lathyrus cicera. O mais velho havia algumas vezes comido ervilhas verdes. Isto causou náuseas, vômitos, tonteiras, zunido nos ouvidos, embotamento. Estes sintomas aumentaram gradualmente, então apareceu tremor das extremidades superiores, < ao levantar ou abaixar algum objeto. Pernas pesadas, com dores imprecisas, formigamentos e sensação de frio. Ele era incapaz de levantar-se sem o auxílio de uma bengala .Não havia fraqueza mas os abdutores e os flexores dos membros inferiores estavam contraídos e duros. Passo incerto e cambaleante, sendo a perna direita a mais forte. Ele levantava os pés com dificuldade, freqüentemente os arrastava e os apoiava súbita e forçosamente, como se estivessem muito pesados. O assoalho, disse ele, parecia irregular e ele era obrigado a manter seus olhos fixos no chão para guiar seus pés. Ele apoiava todo o seu peso numa bengala. Movimento < de olhos fechados; ele “se sentia entre dois abismos”. Descalço ele andava pior. Na cama ele não conseguia sentar-se sem a ajuda dos braços. Não podia mover seus artelhos ou flexionar ou estender o pé e a perna, ou a perna e a coxa; não conseguia estender a coxa estando sentado, impossível movimentos voluntários de abdutor e adutores e de rotação dos pés. Contração exagerada do joelho. Sensibilidade ao toque, calor, dor e eletricidade natural. Temperatura normal. O Brit. J. of H. (xlii.81) citou do L.Art Medical de agosto de 1882, um artigo sobre latirismo, observado na Argélia por efeitos por comer pão preparado com farinha de trigo e cevada misturadas com farinha de sementes de Lathyrus cicera. Quando a colheita de trigo é fraca, Lathyrus cicera é usada pela população mais pobre numa proporção tão alta quanto três partes para cada um dos outros dois ingredientes. A doença resultante é bem conhecida dos argelinos, que a chamam pelo nome da planta árabe, “jilben”. São estes os sintomas: (1) Lombalgia, incontinência urinária, perda completa da potência sexual, dores nas extremidades inferiores e algumas vezes nas superiores; tremores. O acometimento da doença é súbito, freqüentemente após uma noite úmida e fria. (2) Os membros inferiores são afetados com anestesia e paralisia motora. Após um lapso de alguns dias ou semanas, os pacientes conseguem levantar-se e mostram um passo característico, o calcanhar elevado, pé em extensão e abdução, com contração dos músculos dos membros inferiores e reflexos exagerados. Neste período poucos mostram qualquer distúrbio de sensibilidade e não há qualquer afecção da bexiga e órgãos genitais. Nos casos relatados por Bojanus os sintomas gerais eram os mesmos. Nestes era Lathyrus sativus a causa do problema, que ocorreu durante a grande fome russa. Poucos sintomas podem ser mencionados. Caso 1: homem de 21 anos, após comer Lathyrus sativus por três meses teve os sintomas usuais de paralisia e “forte pressão na bexiga com desejo freqüente de urinar”. “Sentado tinha grande edema das pernas”. “Predomínio de frio nas pernas, que à noite tornavam-se quentes, com sensação ardente e desejo de descobri-las. Respiração, coração e digestão normais. Caso 3: homem de 25 anos, sentia: (1) peso e dores na região do estômago, azia, náusea, algumas vezes vômitos (uma vez de sangue), cólicas, por vezes diarréia seguida por fraqueza generalizada, tremor, dificuldade para mover-se, frialdade dos pés e cãibras nas panturrilhas; (2) Cerca de uma semana mais tarde, pressão na bexiga tão violenta que ele tinha que urinar imediatamente ou a urina saía com grande força, fora de seu controle. A diarréia aumentou e era acompanhada por pressão nos intestinos similar à da bexiga. Perda da excitabilidade sexual; dores na região dorsal. No hospital, os sintomas vesicais e intestinais passaram, mas a paralisia permaneceu. Cãibras nas panturrilhas; pernas cianóticas e frias; pela manhã e à noite, quentes e ardentes. Isto recorre regularmente todos os dias e dura poucas horas. Dores na região dorsal desencadeadas pelo toque e por esforços para erguer-se. Caso 4: homem de 32 anos com (1) azia, enjôo, vômitos, vômitos de sangue, disenteria; (2) cãibras nas panturrilhas, dores na região dorsal tão violentas que ele dificilmente podia mover-se, deprimido, triste. Dificuldade para qualquer movimento na articulação coxofemoral. De tempos em tempos, ereções e poluções. Cavalos alimentados com Lathyrus misturado a aveia manifestaram sintomas de paralisia dos membros e também da garganta e traquéia, desenvolvendo uma condição denominada “Ronqueira”. Alguns morreram de sufocação. A < por vento frio e úmido parece ser até hoje a principal condição de Lathyrus. No caso de cavalos assim como de seres humanos, os sintomas freqüentemente permanecem latentes até que um clima frio e úmido se instale. Calor ardente com > por descobrir-se é outra condição digna de nota. Experimentações, especialmente com potências, são necessárias para evidenciar as indicações finas. Quando isto for viável, Lathyrus será sem dúvida um notável remédio em doenças espinhais. Como há a similitude a muitas formas de paralisia espástica, ao beribéri e a casos de ataxia locomotora, estamos próximos de autorizar seu uso. Eu aliviei com ele vários casos de paralisia espástica. Srta. R., 25 anos, esteve doente durante quatro anos com sintomas usuais de paralisia espástica, com constipação excessiva e violenta urgência miccional; se ela tentasse reter, a urina fluía por si mesma. Os músculos estavam endurecidos e rígidos. Ela havia estado sob tratamento pesa
do com drogas alopáticas antes de vir para meus cuidados. Hypericum foi dado inicialmente com benefício considerável. Como a melhora não prosseguiu, Lathyrus sativus 1 e 30 foram dados e então o restabelecimento foi muito mais marcante. A paciente está ainda sob tratamento. Em um dos casos de latirismo, a dor nas costas era induzida pelo toque. < pelo toque pode vir a ser um sintoma-chave, como a < por clima úmido e frio certamente é. > ao descobrir-se foi proeminente em vários casos. < pelo movimento. > deitando-se (os membros inferiores movem-se mais livremente). Eu não registrei qualquer observação em pacientes femininos; os homens são mais sensíveis a ele que as mulheres. Ele deve ser, como Nux v., um medicamento de homens. Afeta principalmente as partes abaixo da cintura. Lumbago com afecções vesicais pode ser curado por ele. W. A . Dewey (Med. Cent., viii. 17) registrou uma cura brilhante com Lathyrus sativus 3 X, em um caso de paralisia espástica em um homem de 28 anos. O ataque instalara-se havia seis meses. O paciente era corcunda, tendo sofrido a deformidade desde a idade de cinco anos, mas isto não lhe trazia mais que o inconveniente usual. Na admissão ao hospital (1o de dezembro de 1898) ele era incapaz de fazer o mínimo movimento com as extremidades inferiores, mesmo com os artelhos. Os adutores estavam em estado constante de contração irritável, tanto que mantinha as coxas constantemente cruzadas. Reflexos grandemente exagerados. Nenhuma dor. Espinha insensível. Estado geral de saúde normal. O único outro sintoma era uma sensação de aperto, como se ele tivesse uma roupa lavada em água fria torcida ao redor de sua cintura. Três semanas após começar o uso de Lathyrus, houve leve diminuição da rigidez. A 5 de abril de 1899, ele podia levantar seus membros e mover os artelhos. Dia 2 de julho ele saiu do hospital sem dificuldade, tendo desaparecido a irritabilidade anormal dos músculos. Em 1877 (eu acho) publiquei casos aliviados por Lathyrus sativus, dois de paralisia, um de esclerose múltipla, um de paralisia reumática com rigidez dos joelhos.
Relações – Comparar: Sec. (paralisia; cianose; > por descobrir-se); Phase., Gels., Nux-v., Curare.; Picricum-c. (paralisia; ereções); Dulc. ( por descobrir-se); Nux-v. (adequado a homens); Rhus-t. (paraplegia por molhar-se). Mang. e Con. (paralisia de baixo para cima).
Causalidade – Clima frio e úmido.
Sintomas
Mente – Depressivo; triste.
Estômago – Peso no estômago e indigestão. Pirose. Náusea. Vômitos. Vômitos de sangue.
Abdome – Cólicas.
Evacuação e Ânus – Diarréia com pressão urgente nos intestinos. Disenteria. (Constipação).
Órgãos Urinários – Incontinência urinária. Pressão na bexiga, se não é imediatamente esvaziada, a urina escapa com grande força.
Órgãos Sexuais Masculinos – Impotência. De tempos em tempos, ereções e poluções.
Região Dorsal – Lombalgia. Dor nas costas tão severa a ponto de impedir movimentos. Dores nas costas < ou desencadeadas pelo toque.
Membros Superiores – Tremor dos braços,< ao tentar fazer qualquer coisa.
Membros Inferiores – Paraplegia súbita, esp. em pessoas jovens, em rapazes mais do que em moças. Músculos glúteos e dos membros inferiores emagrecidos; os membros superiores mantêm sua aparência natural. Deitado na cama eles movem os membros inferiores com considerável facilidade, estendendo e abduzindo-os, mas a flexão é difícil; especial dificuldade em levantar os membros. Membros à E. consideravelmente mais fracos que à direita. Ao caminhar eles projetam o tórax bem para frente, as ancas para trás; eles parecem cair de um pé para o outro. Eles colocam mal os pés, trazendo-os muito próximos à linha mediana, e algumas vezes cruzando-os e enroscando as pernas. O mais afetado caminhava com pernas muito arqueadas. O peso todo do corpo recaía sobre as articulações metatarsofalangeanas, os calcanhares nunca tocavam o chão. Caminhar para trás tinha o mesmo efeito, mas era mais difícil. Ao tentar ficar parado eles balançavam muito para frente e para os lados e pareciam estar em constante perigo de cair; instintivamente procuravam manter o equilíbrio pressionando ambas as mãos nos quadris; praticamente a mesma coisa ao fechar os olhos. Rigidez dos músculos, esp. dos abdutores e flexores. Pernas cianóticas; frias ou ardentes; inchadas se ficassem pendentes. Paralisia das pernas e joelhos. Joelhos rígidos e fletidos, com fraqueza dos pés e claudicação, sem dor. Rigidez dos tornozelos com claudicação.