Reino:
Miasma:

MATÉRIA MÉDICA – Abrahcon

Turfa ou composto vegetal de área pantanosa, em decomposição.

• Agitação nervosa por toda a noite, pior quando a manhã se aproxima, não consegue encontrar uma posição para descansar.
• Desejo de bebidas frias, de alimentos azedos.
• Sensação de calafrio iminente, depois de sensação de febre.
• Sensação de calor no abdômen.
• Sensação de cansaço no peito, braços e abdômen.
• Sensação de estupor.
• Sensação de ‘fervura lenta’ por todo o corpo.
• Sensação de ondas de calor ardente, subindo desde os joelhos até a garganta, mas sem suor, aliviada por deitar.
• Sensação de severo resfriado.
• Sensação de tontura.
• Sensação dolorida e sensação de cansaço no punho, dor cansada nas mãos.
• Sensação geral de cansaço; por uma caminhada muito curta, especialmente na pélvis, região sacral; forte desejo de se deitar.
• Sensação na ponta da língua como se uma pitada de pimenta se encontrasse ali.
• Sonolência.
• Agitado.
• Ardência das mãos e pés.
• Arrota facilmente, muitas vezes, sem gosto.
• Boca ressecada, com gosto amargo, nauseante e ruim.
• Bocejos, abre muito a boca, deseja se estirar.
• Braços cansados.
• Calafrios silenciosos; começam por volta do meio-dia, a cada dois dias; frio gélido dos quadris para baixo.
• Cavidade bucal constrita e contraída.
• Ciático com dor surda.
• Diarréia sem dor, pela manhã, fezes finas, amarelas e mal cheirosas.
• Dor cansada nos joelhos e ao redor.
• Dor continua acima do ângulo interno do olho direito.
• Dor continua em ambos os cotovelos.
• Dor de cabeça em ataques freqüentes, especialmente na testa, pulsante; se irradia por toda a cabeça.
• Dor nos dentes da arcada superior esquerda.
• Dor surda e pulsante na região hepática durante três dias, aliviada por pressão da cinta e por se deitar sobre o lado doloroso.
• Dor surda nos músculos das costas, região lombar, incomodado, cansado.
• Dores penetrantes por todos os músculos, os ossos são doloridos.
• Dor repuxante e penetrante no hipocôndrio esquerdo, estendendo-se para baixo pela perna esquerda.
• Dor repuxante no ouvido externo direito.
• Enjôo.
• Febre com frialdade subindo pelo corpo, a partir das pernas; febre intermitente, cotidiana, malsã; febre alta durante a madrugada.
• Fígado com repuxões e picadas, cãibras, dores que dificultam a respiração; cólicas no fígado.
• Fraqueza intensa, como se tivesse tido uma doença de longa duração, com perda de apetite.
• Hemorróidas durante muitos anos; sangramento externo, sem dor, mas muito desagradável.
• Inapetência, aversão à comida, pensar nela provoca enjôo.
• Joanete antigo que volta a doer.
• Joelho direito fraco e doloroso, pior ao dobra-lo e ao erguer-se.
• Língua ligeiramente coberta com camada branco amarelada.
• Malária.
• Mãos parecem estar semi-paralisadas, inúteis; mãos muito frias durante o dia.
• Membros doentes e frios.
• Náuseas.
• Nervoso.
• Olhos pesados; fracos, obnubilados, com dificuldade de leitura; ardem como carvão em brasa.
• Paralisia reumática e emagrecimento.
• Pele amarelada; seca por todo o corpo, sem suor algum.
• Pés extremamente quentes, com ardência nas palmas das mãos e solas dos pés;
• Pescoço parece cansado, com leve dor continua nas partes superiores ao mover a cabeça; região lombar cansada, como se fosse doer; pescoço rígido.
• Pernas agitadas, tem necessidade de estira-las e move-las.
• Prurido na face direita sobre o osso malar.
• Quadril com dor surda no lado direito.
• Respiração superficial, que parece ocorrer por languidez, desejo ocasional de respirar.
• Reumatismo das costas e membros.
• Rosto que fica quente, como se viesse uma onda de calor, se espalha por todo o corpo.
• Saliva mais abundante do que o habitual, mantêm-no engolindo com freqüência.
• Sede de limonada.
• Solas dos pés frias, quase dormentes.
• Sonolência intensa, dorme o tempo todo, consegue dormir em pé; o sono, porém, não o alivia, acorda cansado e não restaurado.
• Suspiros freqüentes, faz uma inspiração profunda.
• Tísica.
• Tontura oscilante ao adormecer, quando se levanta de uma posição inclinada; vertigem, sensação confusa, piora ao andar.
• Tosse constante, curta e seca, como tiros de canhão a cada meio minuto, ao falar e ao se virar na cama.
• Vomita tudo o que come.

MATERIA MEDICA – Clarke (português)
MALARIA OFFICINALIS
(No verão de 1862, G. W. Bowen, de Indiana, EUA, deixou que matérias vegetais apodrecessem em jarros de vidro com água, por uma semana [no I], duas semanas [no II], e três semanas [no III]. Em cada estágio, experimentações foram feitas, inalando os gazes emitidos. Mais tarde algumas gotas foram tomadas oralmente. Com propósitos curativos, preparava-se uma tintura adicionando-se 10 gotas do no II [no qual as fibras não estavam todas decompostas] a 90 gotas de álcool. Os casos de Bowen foram todos tratados a partir deste preparado. Boericke e Tafel fizeram deste preparado uma tintura na 30a potência e Yingling inalou-a. Isto resultou em seu experimento. Mais tarde, Yingling obteve de B. e T. a 30a atenuação do no III [no qual a decomposição das fibras era completa] e avançou a diluições mais altas. Estas diluições foram usadas em suas experiências clínicas.)
Clínica – Malária. Febre recorrente. Tifo exantemático. Constipação. Consumpção. Diarréia. Febre. Gota. Febre do feno. Afecções hepáticas. Malária. Caquexia da malária. Neuralgia. Reumatismo. Afecções esplênicas.

Características – Vivendo numa região de malária, Bowen estava seguro da idéia de que encontraria remédios para as queixas remanescentes da malária que ele tinha que lidar, produzindo a malária de modo experimental e encontrando seu antídoto. Ele contratou pessoas para inalar os gazes de jarros contendo matéria vegetal em vários estágios de decomposição. No primeiro estágio o odor não era muito desagradável. Os efeitos foram: “cefaléia, náusea, aflição no estômago, língua coberta de branco”. Estes sintomas desenvolveram-se no período de uma a duas horas após a inalação e duraram dois ou três dias. No segundo estágio, os efeitos não apareceram até 12 a 24 horas, quando então houve: “cefaléia terrível, náusea, aversão a comida, incômodo em toda a região do hipocôndrio, primeiramente no baço, depois no fígado e estômago e, no terceiro dia, calafrios”. Depois foi necessário recorrer a antídotos. O no III, que era “fétido a um grau terrível”, não produziu nenhum resultado, exceto náusea por três ou quatro dias. Em seguida ocorreu: primeiramente lassidão extrema, febre contínua, dores e dolorimentos que impediam a locomoção. Quando foi usado internamente, os resultados foram mais severos. O no I causou: cólica biliar, náusea, cãibras, diarréia e cefaléia. O no II: envolvimento do fígado, baço, rim e estômago; febre intermitente diária ou terçã, com calafrios. O no III firmou um estado tifóideo ou semi-paralítico, compelindo os experimentadores a deitar (New, Old, and Forgotten Remedies, no qual os relatos principais sobre este remédio podem ser encontrados. Mais tarde, adicionei experiências de números recentes do H. R.). George Herring recolheu uma observação de Casanova de que a malária antidota a tuberculose e Herring relata sua experiência pessoal em sentido inverso. Ele tomou um barco a vapor de Liverpool, em Apspinwall102, no istmo pantanoso do Panamá, por nove dias No retorno do navio, vários marinheiros estavam prostrados com a febre do Panamá, enquanto Herring, que tinha realmente sofrido de tuberculose pulmonar, permaneceu hígido. Disto pode-se ver que uma tendência consumptiva pode ser antídoto para a malária. Bowen ministrou uma dose da solução aquosa do no II a uma senhora que se encontrava, aparentemente, no último estágio da tuberculose; ela mesma era a última sobrevivente de cinco, todo o resto tinha morrido pela mesma doença, assim como vários parentes da geração anterior. No 5o dia ela teve um calafrio bastante perceptível e um mais severo no 6o e no 7o dias. Foram administrados antídotos neste momento, mas ao ser curada de sua malária, ela também ficou curada da consumpção. Bowen relata estes casos: (1) Sra. R., 45 anos, pesando cerca de 120 kg, há dois anos andava com dificuldade devido a reumatismo nas costas e membros. Malar. 1x 103, dez glóbulos três ou quatro vezes ao dia. Em uma semana, todo o reumatismo e a claudicação haviam desaparecido. (2) Sr. S., capataz em uma grande serraria, cujo trabalho envolvia umidade freqüente, teve reumatismo de natureza malárica, < por Quinino e aplicações externas. Foi-lhe administrado Malar. 1x. Em três dias ele estava melhor e logo ficou quase bom da dor, melhorando grandemente sua saúde geral. (3) I. S., 55 anos, veterano e aposentado. Cor de bronze. Incapaz de andar durante anos. Teve problemas cardíacos, torácicos e hemorroidários que foram medicados mas ele ainda não podia andar ou levantar de uma cadeira. Ele dizia que suas costas tinham sido feridas quando no exército. Ruta e Rhus-t. permitiram que ele se levantasse e desse um ou dois passos; mas Bowen finalmente concluiu que a queixa era realmente reumatismo de origem malárica. Ele ministrou Malar. 1x, dez glóbulos três ou quatro vezes ao dia. Em uma semana ele cavalgou até a casa de Bowen e subiu e desceu os lances de escada sozinho. Em cinco dias mais, ele andou três milhas em uma manhã. Engordou, parecendo ser dez anos mais jovem. (4) Srta. R., 20 anos. Cefaléias surdas, vertigem e sonolência todo o tempo, < pela manhã. Olhos fracos, obscurecidos, dificuldade para ler. Irritação laríngea, com tosse e secreção de muco sanguinolento. Pulso lento. Braço direito fica dormente e precisa ser friccionado. Extremidades frias; apetite fraco mas a comida não a desgosta. Urina vermelha, escassa. Intestinos lentos mas evacuações naturais. Menstruações regulares escassas, bastante escassas. Muito esquecida. Malar. 1x, dez glóbulos a cada três horas. Melhorou em três dias, em uma semana estava quase boa. Um mês depois havia um defeito leve de visão no olho esquerdo, inclinada a estar sonolenta, um pouco esquecida, ao cantar sentia irritação na garganta. Malar. foi dado novamente à noite e pela manhã e ela ficou muito bem (H. R., xv.449). Com Malar. 2, Bowen curou uma senhora robusta, 60 anos, de uma gota muito séria em ambos os pés, impedindo-a de ficar de pé sem ajuda e mantendo-a acordada à noite (H. R., xv.296). Os casos curados de Yingling com as potências de Malar. III estão relatados na H. R., xiii.442. (1) Um voluntário do Kansas, 28 anos, após uma semana em um acampamento com tempo chuvoso e frio, teve calafrio e febre, náusea contínua, vômito de bile, arcadas. Língua branca, cobertura espessa. Sensação de boca seca, mas está úmida. Sede de grandes quantidades. Os sintomas foram suavizados por Ip. e mais tarde por Bry., mas não foram removidos. Pele, olhos e face muito amarelos. Com Malar. 1 M, a melhora começou e em uma semana estava em melhor saúde que usualmente. (2) Sra. S. A. H., 63 anos, dores agudas em todos os músculos; dor óssea. Diarréia pela manhã; fezes finas, amarelas e fétidas. Paladar amargo; boca ressecada, língua branca. Espreguiçava-se e bocejava. Malar. 1 M. curou rapidamente. Em outros casos os seguintes sintomas foram removidos (cada letra refere-se a um único caso): (a) Calafrio com ondas de calor. Grande desejo de ar fresco. Sem poder respirar devido a dor no fígado, < por deitar-se, tem de pular da cama; > por pressão firme no fígado. Durante o dia, sem problemas e sem sensibilidade; delira, canta e fala toda a noite. (b) Malária em dias alternados 102 Nome antigo de Cólon, cidade do Panamá (N. do T.).

103 A primeira diluição centesimal (N. do T.).

e que começa ao meio-dia. Fraco e sonolento entre os ataques (vinha tomando muito Quinino). (c) Sensação de repuxão ou pontadas na região do fígado (que sarou após a segunda dose). (d) Calafrios latentes. (e) Ao ar livre ela sente frio e sente espasmos internamente até que sinta realmente cãibras. Dor sob a escápula direita. Cãibra no fígado. (f) Secura na raiz da língua. (g) Tosse seca constante, tosse em estampidos, ao falar e ao se virar na cama. (g) Constante dor surda na região hepática > após urinar. Na experimentação os sintomas > ao comer e havia um grande desejo de espreguiçar-se.

Relações – Malar. pertence à mesma ordem de remédios como Pyrogen (produto da putrefação dos tecidos animais). Bowen encontrou os melhores antídotos para Malar.: Nux-v. e Bry. para os efeitos do No I; Bry. e Ars., para o No II; Rhus-t. e Bry. e para o No III. Eup-per. e Chin. deram resultados negativos. Compare: Baço, Cean. Fígado, Bry., Lyc., Chol., Chel. Dor sob a escápula direita, Chel. Efeitos do tempo úmido e seco, Lem-m., Dulc. Tosse em estampidos Cor-r, Coc-c. > após urinar, Lith-c., Jab. Febres intermitentes, Ip., Cedr., Nat-m., Meny., etc.

Causalidade – Umidade. Vida em acampamento.

Sintomas

Mente – Sente-se estúpido e sonolento. (Muito esquecido.) Cabeça – Sensação como se fosse ter vertigem. Vertigem ondulante ao deitar. Vertigem ao levantar da posição reclinada. Dor surda através da fronte. (Cefaléia surda, vertigem e sonolência.) Olhos – Dor sobre o ângulo interno do olho D. Sensação de olhos pesados e sonolentos. (Olhos fracos, embaçados, dificuldade para ler.) Ouvidos – Dor repuxando no ouvido externo D.

Nariz – Uma espécie de concentração das sensações na raiz do nariz e logo acima, como se eu fosse ter um forte resfriado, como febre do feno.

Face – Prurido sobre o osso malar D. (e em várias partes da face e membros), > ao friccionar levemente ou ao coçar. A face torna-se quente como se ruborizada e a sensação espalha-se por todo o corpo.

Boca – Dor nos dentes superiores à E. Sensação como se uns poucos grãos de pimenta estivessem na ponta da língua. Saliva mais profusa que usualmente, deve engolir freqüentemente. Teve uma boa noite de descanso e sentiu-se melhor e mais radiante que antes (curativo). (Paladar amargo, boca ressecada; língua branca).

Estômago – Usualmente, apetite vigoroso (para a ceia). O odor do cozimento é agradável mas não quer jantar; entretanto, ao sentar-se come com apetite. Sente-se melhor após o jantar. Eructações fáceis, várias vezes, sem gosto. Enjôo. Náusea.

Abdome – Sensação de calor no abdome. Sensação de cansaço através do abdome e tórax. Sensação como se ele fosse ter evacuações muito soltas (o que não ocorreu). Sensação como se fosse sentir dor no baço. Dor no abdome, à D. do umbigo. Agitação no abdome inferior. Fígado, baço e rins afetados. (Não pode respirar devido a dor no fígado, < ao deitar-se, > por pressão firme.) (Sensação de repuxão e pontadas no fígado). (Cãibra no fígado, dor sob a escápula D.).

Evacuação e Ânus – Diarréia. Diarréia pela manhã, fezes finas, amarelas, fétidas.

Órgãos Respiratórios – Respiração superficial, que parece dever-se a cansaço, deseja respirar profundamente, ocasionalmente. Diz-se que viver em regiões de malária cura a tuberculose. Uma constituição consumptiva está protegida contra a malária. (Cantar causa alguma irritação na garganta).

Tórax – Sensação de cansaço no tórax e abdome.

Coração – Ao apoiar a face na mão E., com o cotovelo na mesa, sensação perceptível das batidas cardíacas na parte superior do corpo e na região cervical.

Regiões Cervical e Dorsal – Sensação de nuca cansada, com dor leve na parte superior ao mover a cabeça. Região lombar cansada como se fosse doer. (Reumatismo do dorso e membros, com claudicação.) (Rigidez da nuca; braço D. e ombros doloridos e impotentes.) (Dor sob a escápula D.; cãibra no fígado.) Membros – Sensação de calafrio no antebraço E., logo seguido pela mesma sensação nas mãos e dedos; os pés estão frios, com sensação como se o frio rastejasse pernas acima; pouco tempo depois, sente os joelhos frios. Sensação de frio ascendendo ao corpo vindo das pernas. Gota.

Membros Superiores – Dolorimento em ambos os cotovelos. Dolorimento e sensação de cansaço nos punhos; dor cansada nas mãos. Braços cansados.

Membros Inferiores – Dor na parte superior do íleo D. Dor cansada nos joelhos e, até certo ponto, acima e abaixo. Dor no ápice do dorso do pé E. Dor em um joanete antigo (curado) do pé E. Pernas cansadas por uma pequena caminhada. Inquietude nas pernas, como se as esticasse e as movimentasse.

Generalidades – Sensação geral de fraqueza; por uma caminhada muito curta; esp. na pelve, região sacral e parte superior das coxas; forte desejo de deitar. Uma espécie de fervura em fogo lento através do corpo. Condição tifóidea, semi-paralítica (No III). Reumatismo. Reumatismo paralítico e emagrecimento.

Pele – Pele, olhos e face muito amarelos.

Sono – Impelido a deitar e, ao dormir, sensação de vertigem ondulante passando sobre todo o corpo, impedindo o sono. Bocejos e desejo de espreguiçar-se.

Febre – (Sensação de frio ao ar livre e sacudidas internas até ela ter realmente cãibras). Frio ascendendo ao corpo, vindo das pernas. Sensação de face quente como se ruborizada, assim como na cabeça, espalhando-se por todo o corpo, como por febre. Sensação como se ele fosse ter um calafrio, depois como se fosse ficar febril, embora nenhuma das sensações fosse muito marcante. Febres intermitentes: cotidiana, terçã (No II). Calafrio por uma hora, seguido por febre durante seis horas (No II, dado a uma paciente consumptiva, que foi curada). (Malária em dias alternados, fraqueza e sonolência entre os ataques) (Calafrio latente).